Bivalvia
Bivalvia apresenta cerca de 20.000 espécies viventes (Figuras 21 a 26). A classe representa os mariscos, as ostras e os mexilhões, que hoje em dia são utilizados na alimentação e, no caso das ostras, na produção de pérolas.
A classe é caracterizada pela presença de concha com duas valvas (direita e esquerda), que envolve todo o corpo. Esta concha é unida por um ligamento de uma faixa protéica elástica e não calcificada. O movimento de "abre-fecha" dá-se pela contração e relaxamento do músculo adutor que, quando relaxado, permite que a concha se abra e, quando contraído, permite que a concha se feche (o movimento do músculo adutor é antagônico ao movimento do ligamento).
Como nos demais moluscos, os bivalves apresentam cavidade do manto, porém, é mais espaçosa. Há uma perda secundária da rádula, e suas brânquias são responsáveis pela respiração, osmorregulação, e um pouco pela alimentação. Como são suspensívoros, os cílios das brânquias estão sempre em movimento, e fazem algo parecido com filtração, retendo as partículas que haviam na água e estas, são direcionadas para o sulco alimentar.
Suas subclasses são:
- Lamellibranchia (representa a maioria dos bivalves e, possuem brânquias em w);
- Protobranchia (grupo mais basal e se alimenta do que está em depósito);
- Anomalodesmata (maioria das suas espécies são predadoras).
A maior parte dos bivalves apresenta hábito escavador, ou seja, vivem como infaunais de sedimento não consolidado (ex.: areia) e utilizam os sifões e o pé para escavar nessas regiões. Alguns são bentônicos de vida livre, que se movem por jato propulsão. Outros são bentônicos sésseis (ex.: mexilhão) que se aderem em superfícies através da produção e secreção de muco. Existem também os escavadores de sedimento consolidado, e temos como exemplo o Teredo, que perfura madeira e Pholadidae que perfura rochas.
Algumas espécies apresentam simbiose com zooxantelas (Tridacnídeos), outros com bactérias sulfurosas (Solemiya), e outros com bactérias fixadoras de nitrogênio (Teredo).
Apresentam órgãos sensoriais, como por exemplo: olhos; tentáculos; osfrádio (que serve para detectar a concentração de sedimento no ambiente); estatocisto.
Sua reprodução dá-se por fertilização, que geralmente é externa. O desenvolvimento das espécies, origina dois tipos larvais diferentes, a trocófora e a véliger, em espécies marinhas. A forma véliger, é mais desenvolvida e apresenta já de início duas valvas (que formam a concha larval), que recobrem um manto larval, que possui cerdas sensoriais; apresentam um pé rudimentar, e o sistema digestório é pouco desenvolvido, sendo que a véliger ainda não possui boca e ânus.
Como característica singular, os bivalves apresentam a produção de nácar. Mas, o que seria o nácar? O nácar ou madre-pérola, só é produzido pelo hipóstraco (revestimento interno do bivalve), quando um "corpo estranho" é detectado na cavidade do manto, como por exemplo, um grão de areia. O grão de areia será envolvido pelo nácar até o organismo do bivalve não o reconhecer mais como algo que não é seu, formando então a conhecida pérola.
Mas e as pérolas róseas e negras? Bom, conforme a espécie, o hipóstraco pode apresentar uma cor diferente, ou seja, uma determinada espécie apresenta o hipóstraco com uma cor mais perolada, em outra, pode ser em algum tom de rosa e em outra, o hipóstraco pode ser negro. E o nácar produzido, vai variar conforme a cor do hipóstraco, produzindo então, as variedades de pérolas hoje conhecidas.